Greenpeace: gado de desmatamento ilegal é consumido mundialmente

ONG lança relatório sobre o que chama de 'consumo cego'.
Frigoríficos compram bois de áreas embargadas, diz grupo ambientalista.

A ONG Greenpeace lança nesta segunda-feira (1º) relatório que afirma que a carne e o couro produzidos em áreas de desmatamento recente e ilegal na Amazônia são vendidos mundialmente.

A organização ambientalista chama de ‘consumo cego’, a compra de produtos que ajudam a promover a destruição da floresta. Para mostrar que o gado produzido à custa de irregularidades ambientais chega a lugares tão distantes como a Ásia, a organização rastreou milhares de notas fiscais e guias de transporte.

Foto: Fonte: Imazon

Gráfico divulgado no relatório do Greenpeace mostra a relação entre o aumento da área desmatada e a quantidade de cabeças de gado criadas na Amazônia. (Foto: Fonte: Imazon)

Os documentos apontam, por exemplo, a negociação de gado oriundo de
terra indígena e áreas embargadas pelo Ibama por excesso de desmatamento com grandes frigoríficos exportadores.

A cadeia produtiva que absorve o gado “pirata” se estende até a Europa, a Ásia e a América do Norte, onde o couro é usado, segundo o Greenpeace, para a produção de calçados, bancos de couro para automóveis, entre outros produtos. A carne é revendida por cadeias de supermercados mundo afora.

“Antes de exportar, os frigoríficos da região amazônica embarcam carne ou pele para fábricas processadoras a milhares de quilômetros de distância no sul do país. Em diversos casos, processamento adicional é realizado nos países importadores antes que o produto final chegue ao mercado”, detalha o Greenpeace.

A organização critica o governo brasileiro por investir em grandes companhias do setor pecuário por meio do BNDES. “A expansão destes grupos é, efetivamente, um empreendimento conjunto com o governo brasileiro”, argumenta a organização ambientalista.

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